2006-09-23

“As multidões procuravam-no”

Desde agora, Senhor, é a Ti somente que amo, a Ti somente me prendo, a Ti somente procuro, a Ti somente estou disposto a servir, porque só Tu ordenas com justiça. Às Tuas ordens desejo submeter-me; ordena, peço-Te, ordena o que quiseres, mas cura-me, abre os meus ouvidos, a fim de que possa ouvir as Tuas palavras. […]

Recebe-me como um fugitivo, Senhor, ó Pai excelente. Sofri tempo demais; tempo demais estive submetido aos Teus inimigos e fui joguete de mentiras. Recebe-me como Teu servo que quer afastar-se de todas as coisas vãs. […] Sinto que tenho necessidade de regressar a Ti; bato, abre-me a porta, ensina-me como se chega a Ti. […] É para junto de Ti que pretendo ir, dá-me pois os meios de chegar até Ti. Se Te afastares, pereceremos! Mas Tu a ninguém abandonas, porque és o Soberano Bem; todos quantos Te procuram rectamente Te encontram. És Tu que nos mostras como havemos de procurar-Te com rectidão. Ó meu Pai, faz com que Te procure, liberta-me do erro, não permitas que, na minha busca, encontre outra coisa que não a Ti. Se nada mais desejo que não a Ti, faz com que apenas Te encontre a Ti, ó meu Pai.

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África) e doutor da Igreja