2006-05-13

Santa Joana Princesa

Celebrou-se ontem o dia da padroeira da nossa Diocese. Aqui fica um pouco da sua história.

“O nascimento desta princesa causou o maior entusiasmo e alegria, por não haver sucessor, e logo no berço foi jurada em cortes por princesa herdeira do reino, titulo que pela primeira vez se dava em Portugal. O nome de Joana, que recebeu no baptismo, fora em memória de S. João Evangelista, a que sua mãe consagrava cordial afecto. Desde muito criança mostrou tendências para a vida religiosa. Tinha 15 anos quando faleceu a rainha sua mãe, e D. Afonso V logo lhe deu casa com a mesma grandeza e fausto, e por mordomo, primeiramente a Fernão Telo de Menezes, do seu conselho, e depois a D. João de Lima, 2.º visconde de Vila Nova da Cerveira… Não faltava nas festas e nas danças com o semblante alegre, mas não perdia um só momento de se entregar com humildade ao jejum, à oração, e sobretudo às muitas esmolas que repartia com largueza, e por sua própria mão aos pobres. Chegou a ter por divisa, pela sua grande devoção, e a mandar pintar uma coroa de espinhos em todas as salas do seu paço, fazendo-a gravar em sua prata, e esmaltar em todas as suas jóias. Alguns príncipes desejaram tê-la por esposa; Luís XI, rei de França, pediu-a em casamento para o delfim seu filho; Maximiliano, rei dos romanos, filho do imperador Frederico III; Carlos III, rei de Inglaterra; porém a santa princesa todos rejeitou, porque o seu maior desejo era consagrar-se a Deus.
Em 1471, voltando D. Afonso V da tomada de Arzila e de Tanger; determinou Santa Joana cortar por tudo que se oferecesse contra a sua vocação, e tomar o hábito de religiosa. Esperou o pai, vestida ricamente e adornada com as melhores jóias, beijou-lhe reverente a mão, declarou sua vontade, requereu como paga do mesmo triunfo que ele ganhara, instou, e conseguiu, ainda que contra vontade de D. Afonso, o que ela mais desejava, a entrada no claustro. Passou primeiro ao mosteiro de Odivelas para a companhia de D. Filipa de Lencastre, sua tia; sentindo, porém, abraçar-se em desejos de mais austera observância, resolveu recolher-se no convento de Jesus de Aveiro da ordem de S. Domingos, por ter fama de grande austeridade, preferindo-o ao de Santa Clara, de Coimbra, que seu pai lhe apontava. Fez a sua entrada solene no referido convento de Aveiro com a mesma, D. Filipa, sua tia, a 3 de Agosto de 1472. Desejosa de professar, passados dois anos e meio depois da sua entrada, a 25 de Janeiro de 1475, vestiu o hábito com todas as cerimónias da religião. A deliberação da piedosa princesa causou o maior desgosto a D. Afonso V e a seu filho, o príncipe D. João, que se opuseram energicamente, assim como os grandes do reino, levando os povos a protestar por seus procuradores à porta do mosteiro contra aquela resolução, de que podiam resultam graves perigos para o reino em vista da falta de sucessores à Coroa, mas nem esses rogos, nem a doença, de que esteve quase sendo vitima antes de terminar o ano de noviciado, fizeram desistir a princesa do seu propósito. Não pôde, contudo, professar, porque uma junta de teólogos congregada na presença do soberano para decidir tão importante assunto, resolveu que a princesa estava obrigada em consciência a deixar essa pretensão. D. Joana, vendo que não podia realizar o seu desejo, contentou-se em ficar no convento como secular, não havendo meio de a resolver a voltar à corte. No ano de 1479, porém, sobreveio-lhe nova tribulação com a peste que se desenvolveu em Aveiro, e a santa princesa foi constrangida a sair do convento a 7 de Setembro e a retirar-se à vila de Avis, e depois a Abrantes. Cessando o mal, passados 11 meses, recolheu-se outra vez ao seu convento. Com a morte do rei seu pai em 1481 e tendo sido aclamado seu irmão D. João II, fez voto solene de castidade a 25 de Novembro do referido ano, continuando com maior fervor os seus costumados exercícios com todos os rigores de religiosa, até que faleceu. Foi sepultada no coro, onde em 1577 D. Ana Manique de Lara, duquesa de Caminha, lhe mandou fazer um túmulo de ébano, marchetado de bronze dourado.
Pelas suas virtudes o povo principiou a considerá-la santa, culto que já lhe rendia em vida, mas que aumentou em devoção depois da sua morte. No ano de 1626 começou-se com grande empenho a diligência da sua beatificação. Abriu-se o túmulo, e encontrou-se o corpo como se tivesse ali sido depositado naquela hora; tiradas as inquirições de seus milagres pelo bispo de Coimbra D. João Manuel, se lhe mandou pendurar diante uma lâmpada de prata. Foi canonizada a 4 de Abril de 1693, por Inocêncio XII, concedendo que no reino e seus domínios se pudesse rezar desta virgem, e pudessem ser veneradas as suas imagens, e invocar a protecção, como bem-aventurada, a rogos do rei D. Pedro II e de todos os prelados e magistrados do reino…

Extraído de:
http://www.arqnet.pt/dicionario/joana_santa.html

1 Comments:

At 7/2/10 22:45, Anonymous Anónimo said...

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